Agilidade e gestão são duas palavras que, quando andam juntas, resultam em sucesso na certa. A metodologia tradicional está sendo deixada para trás e dando lugar às metodologias ágeis, que entregam valor ao cliente de forma otimizada, transparente e colaborativa.
Essa ferramenta é essencial para a transformação digital, pois auxilia na identificação de problemas, adaptando-os durante a execução e, consequentemente, levando resultados satisfatórios aos clientes.
Diante de tantas opções, o Scrum é o método ágil mais utilizado hoje em dia, devido à facilidade de integrá-lo a outros métodos. E para sanar suas dúvidas sobre o tema, conversamos com Paula Jannini, gerente de Transformação Digital na Kroton. Continue lendo e confira a entrevista!
1 - Quais são os benefícios do Scrum para a transformação digital?
Paula Jannini – O Scrum basicamente atua em múltiplas entregas, ou seja, ao invés de entregar um projeto daqui seis meses, você fornece pequenas pílulas que geram valor para o usuário final em um prazo menor. E isso é muito rico para a transformação digital, pois a companhia consegue responder mais rápido as mudanças do mercado. As pequenas pílulas são entregues ao cliente, podendo ser aprovadas ou não. O Scrum é o framework que vai fornecer respostas na velocidade que a transformação digital precisa.
Outro detalhe muito importante é que o Scrum tolera erros, então o mindset da empresa muda muito. Como nele é possível errar, os danos são reparados rápido. Isso é transformar! Ao surgir mudanças, você coloca aquilo em produção para o cliente e caso não dê certo, outras opções são testadas.
2 - O que difere o Scrum da metodologia waterfall? E por que ele é o mais usado para desenvolvimento de software e execução de projetos?
Paula Jannini – Quando falamos de waterfall (método de cascata), você passa por diversas etapas e a execução é muito processual, ou seja, a área de negócios e TI compartilham entre si informações do projeto por até um ano e quando finalmente está pronto, já não é mais o que o cliente precisa. É aí que está a grande diferença do Scrum para a metodologia antiga, nele há sprints de desenvolvimento, ou seja, durante quinze dias a equipe, composta por colaboradores de diversas áreas, estará ao lado do time de TI para produzir em conjunto. Logo depois da primeira pílula entregue, haverá os feedbacks e a companhia aplicará os ajustes em tempo real, pois o produto já foi testado pelo usuário. E assim novos sprints surgirão, atendendo às expectativas do cliente simultaneamente.
3 - Quais são os principais desafios ao trabalhar com Scrum?
Paula Jannini – São muitos, mas acredito que o principal seja o cultural. Para dar certo, todos da organização precisam se sentir parte do negócio. As empresas costumam trabalhar com metas, e elas devem ser similares. Por exemplo, nada adianta um colaborador de TI ser cobrado apenas por atender chamados, é necessário também ter em mente o aumento de clientes, que geralmente é cobrado apenas pela área de negócios.
4 - O que é primordial para um Scrum bem sucedido?
Paula Jannini – Resiliência. Não é fácil, o Scrum tira todos da zona de conforto. Antigamente, você passava meses desenvolvendo um produto sem mudanças ou entregas de última hora. Hoje é diferente, a daily meeting, por exemplo, são reuniões diárias em que cada membro da equipe compartilha o que está sendo produzido. A gestão à vista é para quem está preparado para lidar com mudanças e adaptações em todos os momentos.
5 – Qual o seu conselho para quem nunca trabalhou com o método e gostaria de aplicá-lo em seu negócio?
Paula Jannini – O primeiro mindset para quem quer trabalhar com Scrum é entender que todo mundo é negócio, seja a área de TI, marketing, jurídico, entre outras. Todos ali sentarão juntos para desenhar um novo produto. E para que seja bem executado, espírito colaborativo, ouvir o cliente e aceitar feedbacks são fundamentais para um Scrum de resultados.
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