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O novo perfil do CIO nas organizações

O cargo de CIO (Chief Information Officer) ganhou tal nomenclatura devido às novas atribuições exigidas para esse profissional, que saiu de uma posição estritamente técnica e assumiu um olhar estratégico com foco em agregar valor para o negócio. 

À medida que novas tecnologias surgem no mercado e são adotadas pelas organizações, as atividades e o perfil do CIO ganham uma proporção ainda maior, tendo como principal responsabilidade promover inovações e buscar por soluções e ferramentas para otimizar processos e aprimorar produtos e serviços.

Para entender melhor sobre a evolução do papel desse profissional e novas habilidades exigidas, entrevistamos Sérgio Bambace, CIO na Vigor. Boa leitura!

As habilidades que são exigidas hoje para um CIO já eram previstas anos atrás? Podemos dizer que a Transformação Digital foi a responsável pela mudança no perfil desse profissional?

Sérgio Bambace – Há décadas, o mercado vem se transformando e sinalizando a proximidade do CIO com a área de negócio e a relevância de seu papel de articulação, orquestração e geração de valor: a tecnologia aplicada para alavancar resultados e gerar diferenciais competitivos. Não é raro profissionais que, há tempos, aliaram à sua formação técnica disciplinas de administração de empresas e especializações relacionadas, de forma a ampliar o entendimento do negócio e a melhor utilização da tecnologia disponível.

O surgimento de tecnologias disruptivas e a transformação digital impulsionaram e aceleraram o processo. A área de TI passa a assumir papel estratégico, fundamental para o desempenho e, em certos casos, a própria existência do negócio. Os CIOs precisam, efetivamente, agregar ao seu conhecimento técnico, habilidades voltadas para a inovação e evolução dos negócios.  

Quais são as principais mudanças que você tem notado no perfil e nas atividades do CIO? Qual delas você acredita ser a mais evidente?

Sérgio Bambace –  Em adição à sua experiência técnica, que sempre será fundamental, o CIO é, cada vez mais, direcionado para a liderança de projetos transformacionais que possuem a inovação, integração e digitalização de processos como componentes. É necessário entender o mercado, os fornecedores, clientes e as diversas áreas de negócio para criar e estruturar projetos, com uso adequado de tecnologia, que maximizem os recursos existentes e tragam resultados tangíveis.   

Para que um CIO deixe de gerenciar somente a área de TI e passe a usar a tecnologia para criar valor para o negócio é fundamental que o CEO fomente esse novo processo. Nesse contexto, quais ações ele pode promover para que isso aconteça?

Sérgio Bambace – A implantação desta mudança organizacional envolve o CEO, o corpo diretivo, e culmina na cultura disseminada em toda a empresa.

A ação mais proeminente é estar aberto para agregar todas as ideias e os projetos, especialmente as que não são de sua equipe. O CIO deve promover ambiente de tecnologia em que todos possam contribuir com melhorias, projetos e ideias, além de exercer papel para exponenciar as iniciativas das áreas de negócio. O entendimento que a participação da TI agrega valor, fazendo com as soluções nasçam de forma estruturada, segura, sólida, no tempo certo e que atinjam os resultados esperados, estabelece e fortifica parcerias de longo prazo.

Outro fator importante é a comunicação constante e a promoção de um fórum para acompanhamento dos projetos transformacionais, voltado à apresentação das ideias selecionadas e resultados obtidos, sempre com foco e linguagem empresariais.

Contudo, para que esta transformação seja possível, primeiro é preciso ter “a casa em ordem”. Manter o ambiente de tecnologia controlado, disponível e funcional é pré-requisito para que a equipe de TI possa se dedicar às melhorias e inovações.   

Em relação às atividades do CIO, quais outros campos – além da tecnologia – ele deve dominar para tomar ações mais estratégicas que agreguem valor para o negócio?

Sérgio Bambace – Conhecimento aprofundado do negócio, do mercado em que a empresa está inserida, habilidades de liderança, negociação, orquestração e comunicação, além de base sólida de conhecimento em gestão de empresas, de forma a facilitar o entendimento das demandas/necessidades e o trâmite dos projetos.

Hoje as habilidades exigidas para o profissional de TI são diversas e, como consequência disso, compor uma equipe multidisciplinar é fundamental para atender demandas voltadas à inovação, por exemplo. Nesse contexto, como compor um time para trabalhar em conjunto com ele?

Sérgio Bambace – A seleção do time de tecnologia deve privilegiar equipes multidisciplinares, com perfis diferentes e complementares, que sejam apaixonadas pelo que fazem, proficientes em suas especializações, abertas para adaptações, mudanças constantes e inovações.

O CIO deve trabalhar sempre o ambiente para fomentar as ideias, derrubar barreiras e fronteiras, valorizar resultados e permitir que os profissionais enxerguem propósito em tudo que fazem.

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