Cloud 2.0: a nova geração da nuvem
Um estudo da IDC (International Data Corporation) prevê que, ainda esse ano, os gastos globais com nuvem pública atingirão US$ 210 bilhões. Já em 2022, o investimento em serviços do tipo devem atingir US$ 370 bilhões! Isso significa que até lá milhares de soluções serão aportadas em Cloud.
Serviços e tecnologias não param de chegar, e a nova geração da nuvem promete levar maior desempenho, segurança e facilidade para as empresas, agregando valor aos clientes com um modelo aderente às necessidades do mercado brasileiro.
Na prática, quais mudanças serão vistas no mercado e quais serão os benefícios para quem já adota – ou adotará – a solução? Conversamos com Rodrigo Barros, especialista em Cloud Security e Marcos Belarmino, especialista em soluções em Cloud na Oracle. Continue lendo e confira!
1. Quais desafios prometem ser vencidos com a evolução da nuvem (Cloud 2.0)? De que forma a solução levará maior desempenho e segurança às companhias e usuários?
Rodrigo – Os principais desafios a serem vencidos pelas empresas e que são vencidos pela adoção de serviços em nuvem são a agilidade de atendimento às tendências de consumo e, como consequência, a qualidade da entrega dos serviços e produtos digitais oferecidos para os consumidores.
Neste sentido, o uso de plataformas em nuvem é a solução mais prática, de menor custo, mais rápida e mais segura para atingir esses objetivos, pois estão em constante evolução tanto na oferta de recursos tecnológicos quanto de proteção visando à melhoria da segurança das informações como um todo.
Aqui no Brasil, com a chegada da LGPD – já falamos sobre o tema aqui – todas as empresas deverão adequar seus processos, sistemas e serviços ao compliance legal obrigatório. Assim, o uso de serviços em Cloud tende a facilitar essa adequação ao longo do tempo uma vez que players como AWS, Azure, entre outros, oferecem soluções para que os requisitos legais sejam cumpridos.
Marcos – Podemos elencar alguns desafios, como a segurança (possibilitando maior isolamento e segurança principalmente com o advento de coibir invasões laterais, devido invasões via rede ou virtualizador) e performance (a arquitetura física e sistemas de orquestração levam em consideração o critério de proximidade trazendo assim todos os recursos necessários para a composição de um serviço a menor latência possível. É realizado um forte investimento em rede possibilitando velocidades expressivas de interconexão.
Outro fator relevante é a camada de armazenamento que foi reestruturada descartando discos convencionais contando discos SSD de alto desempenho, e performance preditiva com métricas baseadas em capacidade por gigabyte.
Os benefícios ao cliente final podem ser listados em previsibilidade (limites e performance conhecidas e controladas), segurança (melhor isolamento e bloqueio de comunicação lateral de demais clientes e isolamento de rede NOC Cloud), telemetria (controle e métricas do serviço consumido) e consumo via API (todos serviços e recursos controlados via código. Terraform, Chef a Ansible se apresentam como opção natural).
2. Por que algumas empresas ainda resistem à Cloud Computing? E o que é preciso ter em mente ao adotar à tecnologia ao negócio?
Rodrigo – A adoção de soluções em Cloud Computing é um paradigma que vem sendo quebrado aos poucos aqui no Brasil e que, no exterior, já vem sendo adotado fortemente.
A resistência acontece porque hoje as empresas têm o desafio de migrar aplicações e ambientes de missão crítica que operam de forma estável em ambientes on premises. E justificar a migração para a Cloud que envolve treinamento de pessoal, novos custos, mudança de mindset empresarial, tempo e uma cuidadosa avaliação de riscos não é algo simples de ser feito.
Porém é preciso ter em mente que a agilidade, qualidade nas entregas, rápida adequação ao que o mercado pede, a compliance legais e possibilidade de ganhos que a adoção de tecnologias em Cloud trará ao longo do tempo, será fundamental para que a empresa possa decidir operar de forma competitiva nesse novo mercado.
Marcos – Atualmente os gestores de TI já não observam Cloud como algo desconhecido, muitos possuem metas internas e externas de redução de custos, otimizações de investimento e ganhos de produtividade e eficiência.
O que é constantemente questionado é como e qual workload podem iniciar. Contudo, na América Latina e Brasil não é diferente. Temos alguns desafios:
Silos: Normalmente os clientes atuais são fortemente baseados em operações mais isoladas, como time de redes, sistemas operacionais, virtualização, operação e desenvolvimento isolados e possuindo baixa interação. Times baseados em manter posse de assets;
Comunicação: Clientes com operações descentralizadas ou mais afastadas de grandes centros, em que a oferta de intercomunicação é reduzida apresentam custos elevados muitas vezes maiores que o projeto em si;
Pessoas: O perfil do profissional é um pouco distinto onde trabalhar com múltiplas ondas, evolução constante, testes de modelos e conhecimento mais abrangente é distinto do modelo convencional de engajamento melhor detalhamento profundidade e entrega pontual;
Primeiro projeto: Normalmente para redução de incertezas acabamos escolhendo os piores casos possíveis, e isto pode ser considerado humano. Contudo, para inclusive desenvolver conhecimento, adquirir proficiência, iniciar com algo de maior volume ou alta complexidade, é necessário grande fluência na nova tecnologia e também na vigente.
É um erro muito comum, e normalmente pequenas lacunas em uma ou ambas levam a primeira iniciativa a falha. Deve ser escolhido um workload para focar no ganho de conhecimento, depois acrescentar demais fatores como volume, segurança e diversas fontes de dados.
3. A 5G vai intensificar ainda mais a automação e favorecer as companhias que utilizam soluções de internet em seus serviços. Tendo em vista que a Cloud depende da internet para operar, quais benefícios podemos esperar com a chegada da próxima geração de rede de dados móveis?
Rodrigo – A evolução das tecnologias de transmissão de dados já é uma realidade e a intensificação do uso da Internet é algo consolidado em todos os segmentos do mercado. O uso de tecnologias 5G trará ainda mais possibilidades para usuários e provedores de serviços e soluções. A empresa que souber utilizar o poder das novas tecnologias ao seu favor estará à frente da maioria.
Marcos – Cenários de Big Data/ML/IoT serão positivamente impactados nesta linha, pois com variedade e abrangência de dispositivos interconectados irão influenciar não apenas na coleta, mas sim na tomada de decisão e precisão.
Também se apresenta como linha de estudo formas de pré processamento de dados em dispositivos, possibilitando assim um ganho potencializado. Contudo, segue em linha de pesquisa acadêmica.
O NIST (Definition of Cloud computing) cita como uma das características essenciais amplo acesso via rede. O uso conjunto ou composto de serviços de Cloud como tecnologias que operem em modelo serveless, assistentes virtuais e interfaces de conversação, seriam potencialmente melhoradas tornando assim uma utilização mais fluída, não apenas sistema usuário, mas para todo o ciclo microsserviços, dados, sensores e interfaces de usuário final.
4. É possível afirmar que hoje as companhias – independente do segmento – procuram aportar suas soluções em Cloud? Já é considerado como um processo natural apostar nessa tecnologia?
Rodrigo – Como disse, aqui no Brasil o uso de tecnologias de Cloud vem aumentando aos poucos por conta dos desafios encontrados nessa adoção. No exterior a Cloud já é uma realidade consolidada há alguns anos.
A Cloud facilita o nascimento de soluções e, por consequência, o surgimento de novas empresas criadas 100% na nuvem. Não é comum vermos empresas nascerem baseadas no old school de compra de equipamentos, espaços em Datacenters, etc. Essas novas empresas são consumidoras ágeis de serviços em Cloud e focadas na solução de problemas dos consumidores. Isso as diferencia no mercado e as faz ganhar espaço de mercado que antes era dominado por empresas tradicionais e não tão ágeis.
Esse cenário puxa a tendência de adoção de serviços em nuvem como um todo. O mundo está conectado e a adoção de serviços em nuvem veio definitivamente para ficar.
Marcos – Mesmo os segmentos mais tradicionais de mercado apostam de forma mais controlada em utilização de workloads em Cloud. Logicamente, a complexidade de mercados mais regulamentados como Finanças demandam certificação do provedor, e padrões de inspeção muito até próximos em deployments hosteados em provedores externos.
Já os governos por sua vez requerem outros tipos de certificações e inclusive operações isoladas, como community cloud models. Atualmente todos os provedores oferecem Gov-Clouds, inclusive com equipes segregadas de operação e provisionamento.
Mesmo setores mais “duros” do ponto de vista regulatório avaliam a utilização de Cloud para workloads, normalmente abordam-se frameworks de avaliação como, por exemplo, 6Rs (veja aqui).
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