O tempo em que andávamos com um pen drive pendurado no crachá já passou, certo? Mas e os Data Centers, será que também estão com os dias contados? A resposta mais curta para essa pergunta é que sim, é bastante provável. O que ainda nos impede de cravar o fim próximo dos Data Centers nas empresas são os riscos ainda bastante relevantes da cloud.
Apesar disso, é fato que essa tecnologia está em franca expansão. Isso porque as vantagens já estão bastante claras para o mercado: redução de custos, mobilidade, adaptabilidade, otimização, entre várias outras. O Google, por exemplo, investiu U$ 30 bilhões no setor nos últimos três anos. E, atenção (!), a empresa espera que receita com o faturamento em Cloud supere a sua receita de publicidade em 2020. Não é pouca coisa.
O perigo dos riscos desconhecidos
No mundo da gestão de riscos um dos grandes problemas são aqueles riscos que você não sabe que está correndo. Uma coisa são os pontos que conhecemos como problemáticos, o que nos ajuda muito na preparação para enfrentá-los. Outra completamente diferente são os riscos que passam despercebidos.
Há muitos detalhes na prestação do serviço que muitas vezes são opacos e tem muita influência no risco total que você está correndo. A área que tem maior percepção de risco dos clientes é a de autenticação e controle de acesso, mas o desconhecido mora nos detalhes. Por exemplo, quantas pessoas na equipe do fornecedor podem ver seus dados? Onde eles estão armazenados fisicamente? Se há criptografia, as chaves privadas são compartilhadas entre os inquilinos? A sua empresa compartilha espaço com outros inquilinos? Que tipo de autenticação é necessária para os usuários privilegiados?
Será que o seu fornecedor está pronto para responder bem a essas questões?
Outra questão importante a saber é exatamente para quais serviços o seu fornecedor conta com terceirizados. Vê como é fácil perder o controle? Seus dados estão sob custódia de um terceiro que conta ainda com outro terceiro em questões que podem ser cruciais.
Não há outra forma de se resguardar a não ser fazer as perguntas difíceis.
Seus dados são realmente seus? Risco legal e compliance
É preciso deixar claro no contrato “quem é o dono dos seus dados” e o que exatamente o fornecedor pode fazer com ele. Há casos em que, acredite, fornecedores colocam cláusulas afirmando serem os donos daqueles dados que armazenam!
Outro ponto importante é o compliance. Com a nova lei de dados recentemente aprovada essa questão ficou ainda mais em evidência. Se você tem obrigação legal de proteger os dados dos seus clientes, colocá-los na mão de um fornecedor é terceirizar o seu compliance. Se houver vazamento, quem será o responsável? O fornecedor, você ou os dois? Não é simples responder.
O principal SLA da sua empresa
No fim do dia, contratar um serviço de cloud é confiar recursos estratégicos do seu negócio a um fornecedor. Portanto, é preciso ter a noção de que ele passará a ser o seu fornecedor mais importante. Este precisa ser o SLA mais criterioso de todos! Veja um exemplo de como o detalhe pode fazer a diferença.
Suponha que o fornecedor de cloud acordou no nível de serviço funcionar 99% do tempo. Parece bom, certo? Mas pare para pensar. 99% de uptime significa 1% de downtime. Se o ano tem 365 dias, isso significa 3,65 dias sem serviço. O que é igual a 87,6 horas. Mas quando o servidor vai cair? De noite ou no horário do expediente? Se essas 87 horas caírem durante o dia, lá se vão dez dias úteis. Seu modelo de negócio permite ficar duas semanas sem operar?
Essas são algumas das dificuldades da contratação do serviço de cloud. Há muitos riscos difíceis de serem calculados e que muitas vezes te deixam no escuro. Mas saber o que você não tem controle ou não sabia já pode ser um ótimo começo.
Se você quiser saber mais sobre o assunto, nos dias 6 e 7 de novembro o DCD Brasil vai realizar o Congresso Brasileiro de Data Centers e Infraestrutura Cloud em São Paulo. O executivo Tim Moran, SVP of Global IT da Live Nation Entertainment vai explicar em palestra porque a empresa vai apostar tudo na cloud! É uma ótima chance para entender como grandes grupos multinacionais estão migrando para a Cloud. Não deixe de conferir a programação.
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