Internet of Things: Descubra como a tecnologia pode criar escritórios inteligentes
Carros inteligentes, casas inteligentes... A Internet of Things (Internet das Coisas, em português) está cada vez mais presente no nosso dia a dia e, pouco a pouco, vamos nos acostumando com as comodidades que ela pode nos proporcionar.
E os escritórios, como eles podem se beneficiar desta tecnologia? Foi isso que tentamos descobrir com os três especialistas que entrevistamos para esta matéria. Além de citar quais seriam essas vantagens, eles também comentaram como fica a questão da privacidade dos funcionários e se o IoT pode facilitar o trabalho em home-office.
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Agora, confira as entrevistas!
Quando se fala em Internet of Things, automaticamente relaciona-se com casas inteligentes. Como os ambientes de trabalho podem usufruir de tecnologias de IoT?
Carlos Tunes (Executivo de Watson IoT para a América Latina na IBM) - Além de o tema Internet of Things estar associado a casas inteligentes, para algumas pessoas a associação mais rápida é com "carros inteligentes' ou "fábricas inteligentes". Isso deve-se ao fato de que a Internet das Coisas mudou e continua mudando a forma que vivemos. Parece uma sentença forte, mas de fato o IoT, associado com Inteligência Artificial, está cada vez mais "invisível" e "intuitivo".
Uma vez que a Internet das Coisas está presente em nossas vidas, é natural o uso em ambientes de trabalho. Se falarmos de escritórios, atualmente já temos ambientes onde climatização (temperatura e umidade) e iluminação são ajustados em função do número de pessoas presentes, propiciando um bem-estar melhor. O "crachá" de acesso já pode, por aproximação, abrir portas, habilitar dispositivos como TV, energia, iluminação, "ramais" digitais, tudo de forma automática. Em tempos de escritórios de uso compartilhado, quem nunca teve a necessidade de buscar um posto de trabalho ou uma sala de reunião? Hoje, com postos de trabalho com tecnologia IoT, você pode rapidamente saber aonde está um espaço disponível naquele momento. Além de tudo isso, não podemos esquecer os assistentes virtuais que auxiliam as atividades cotidianas no escritório.
Se considerarmos ambientes de trabalho além dos escritórios, como uma fábrica, por exemplo, a Internet das Coisas já está sendo usada para preservar vidas. Sensores de movimento, detecção de gases - presentes em capacetes, por exemplo, ou coletes de funcionários, identificam se algum profissional pode ter desmaiado, está exposto a altas temperaturas ou gases e automaticamente notificar para preservar vidas e as condições operacionais.
Humberto Lucio Garcia (Gerente de Produtos de Soluções IoT e BigData na Vivo) - Para as pessoas mais leigas pode até existir uma associação a um uso nas residências. Quando falamos com pessoas do mundo corporativo, eles enxergam o uso na indústria, escritórios, etc. Já existem muitas soluções de IoT, desde o monitoramento de veículos e pessoas, até o uso de dispositivos para monitorar a energia elétrica, uma linha de produção, nível e qualidade da água, etc. Focando mais em ambiente de trabalho, o IoT pode ser aplicado uma solução de contagem de pessoas, localização de força de trabalho dentro do prédio, monitoramento da qualidade do ar, etc.
Marcelo Creimer – Diretor de Inovação na eZly Tecnologia - Os ambientes de trabalho podem se beneficiar da IoT de diversas maneiras.
Quanto à segurança física do ambiente, podem-se usar diversos tipos de sensores: os de temperatura/chamas/gases, que irão alertar sobre um possível incêndio em andamento; de umidade, para alertar sobre enchente ou vazamento; de presença/luminosidade, sobre eventual invasão às dependências.
Economia pode ser feita com o uso racionalizado de água, luzes, ar-condicionado e demais aparelhos eletro/eletrônico através do comportamento das pessoas no escritório. Em fábricas pode-se ainda adicionar a questão da proximidade física de funcionários às máquinas perigosas.
Numa casa inteligente, a pessoa escolheu ter suas atividades monitoradas para que a IA possa ajudá-lo. Aplicar essa tecnologia num ambiente de trabalho não afeta o direito a privacidade do funcionário?
Carlos Tunes - O uso combinado de Internet das Coisas e Inteligência Artificial está presente no nosso dia a dia e cada vez mais as empresas estão se adaptando para prover esta demanda das pessoas também no ambiente de trabalho, porque as pessoas estão buscando praticidade e produtividade. Todos concordam em compartilhar seus dados para um aplicativo de orientação de rota e trânsito, como Waze e Google, porque o ganho em praticidade e produtividade gera um benefício, o mesmo acontece quando temos um assistente virtual ou eletrodoméstico conectado em nossa residência, ou quando usamos um identificador para cancelas automáticas em pedágios e estacionamento. É natural que o ambiente de trabalho propicie estas vantagens tecnológicas, sempre visando praticidade e produtividade.
Humberto Lucio Garcia - Eu entendo que a IA não terá interação com o individuo e sim com o processo. As empresas estão aplicando a IA nos processos internos e no atendimento ao público.
Marcelo Creimer - Acredito que a empresa deve pegar o aceite formal do funcionário no caso dela querer monitorá-lo. Caso contrário, a empresa pode ter problemas legais, dependendo do que ela está monitorando.
Pensando além do espaço físico, a IoT pode ajudar uma empresa a funcionar sem que os funcionários precisem se deslocar ao escritório?
Carlos Tunes - Em tempos de "home office" ou "escritórios virtuais", muitos trabalhos, reuniões e compromisso podem ser realizados remotamente. A Internet das Coisas complementa as tecnologias já existentes conectando mundo físico do escritório ao digital. Se a atividade requer conhecer o status ou comandar alguns recursos físicos de um escritório, isso, na maioria dos casos, já pode ser feito remotamente ou automaticamente por meio de IoT, desde controlar a temperatura, disponibilizar um armário ou até mesmo servir um café.
Humberto Lucio Garcia - Sim, quando falamos de monitoração remota. Onde antigamente precisaria de pessoas para interagir com a mecânica ou com algum equipamento eletrônico, hoje pode ser utilizado um dispositivo, que é acionado remotamente ou que pode ser acionado com base em Machine Learning e IA gerando insights de negócio para o usuário.
Marcelo Creimer - Através de sensores no home-office do funcionário, a empresa pode monitorar os períodos em que ele se encontra diante do seu computador, assim como monitorar seus deslocamentos de carro, caso seja parte de sua função.
Sinais vitais (pressão, temperatura, índice glicêmico, etc) podem ser periodicamente monitorados para garantir o bom nível de saúde do funcionário.
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