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Procuram-se investidores! Conheça 10 formas diferentes de conseguir dinheiro para o seu negócio

Você já tem uma ideia, montou um modelo de negócios, observou as necessidades do mercado... Agora precisa do dinheiro para fazer sua empresa sair do plano mental para o mundo real. Para muitos empreendedores, esta é a fase mais complicada para colocar o tão sonhado projeto em prática.

Alguns podem contar com a ajuda da família ou buscar uma incubadora ou aceleradora. Outros podem optar por financiamento bancário ou simplesmente guardaram dinheiro para este momento.

Fernando Bueno é co-fundador e CTO da Huddle, uma empresa que produz games para processos seletivos às cegas. E iniciou seu negócio graças a esta última opção. No mercado desde 2018, a Huddle passou por várias fases e nomes desde que Fernando e seu sócio deixaram o emprego que tinham em 2013 para usar a rescisão e começar um novo negócio.

“Em nenhum momento até agora a gente recebeu qualquer aporte financeiro, então o que financiou a Huddle inicialmente foi capital próprio. A gente tinha rescisão trabalhista por ser CLT e parte do investimento inicial. O que sustentou a gente por alguns meses foi essa rescisão. Depois, teve o dinheiro também da venda de um apartamento meu e isso ajudou tanto nos investimentos na empresa quanto no nosso dia a dia como pessoa física. Em momentos mais difíceis que a gente passou também teve a venda de um carro para se manter”, conta Fernando.

A verdade é que cada um vai encontrar qual a melhor forma de financiar o seu negócio conforme a sua realidade e necessidade. Mas, para isso, reunir informações sobre as opções disponíveis no mercado pode ser um importante aliado neste passo.

Nesta matéria, vamos listar 10 diferentes formas de financiamento que podem te ajudar a colocar seu projeto em prática. E se você tiver interesse em se aprofundar mais neste assunto, conheça o nosso workshop on demand “Financiando sua Startup” aqui!

Confira a lista!

Aceleradoras de startups

A ideia de um programa de aceleramento é esse aí mesmo que o nome sugere: levar uma empresa dos estágios iniciais aos avançados em pouco tempo. Isso é feito por meio de uma troca: a aceleradora injeta capital financeiro e intelectual no negócio, mas passa a ter uma participação societária sobre os lucros do mesmo.

Além do aporte financeiro, as aceleradoras costumam oferecer benefícios como networking com investidores e clientes em potencial, serviços de mentoria e o smart money, que é o acesso à infraestrutura da aceleradora, apoio em questões burocráticas e ferramentas digitais.

Anjos

A ideia do investidor anjo é muito semelhante ao da aceleradora. Só que ao invés de convencer uma empresa a investir na sua, o alvo será um único investidor. Assim como a aceleradora, ele também irá adquirir uma parte da sua empresa em troca do aporte financeiro. O trabalho de convencimento também é exigente. Os cerca de sete mil investidores anjos que estão espalhados pelo Brasil buscam por projetos realmente inovadores.

Apesar de não ter recebido nenhum apoio financeiro até o momento, Fernando conta que planeja receber um aporte financeiro no próximo semestre, com o objetivo de ampliar o mercado da Huddle.

“Estamos indo captar investimentos com a visão clara de atacar outros mercados, como fazer adaptações ao produto, como estruturar nosso marketing e vendas para alcançar mercados maiores. Nós queremos captar para acelerar esse processo, para não ser orgânico, permitir que a penetração de mercado seja lenta e acabar perdendo oportunidades, que outro player entre e tudo mais. Eu acho que isso tem que estar claro quando você for sentar com alguém que vai colocar dinheiro na sua empresa, porque isso é o que vai dar segurança para ele, além da confiança do seu trabalho como empreendedor”.

Ainda que não tenha decidido ainda se buscará esse apoio, Fernando mantém a sua empresa no radar desses investidores, mesmo que seja apenas para adquirir insights que o ajudem no crescimento do negócio.

“A gente tem se conectado com muitas pessoas, não para pedir dinheiro, mas para ter mentorias, para entender como funciona o mercado, como ele é enxergado, para onde ele está indo. Em alguns casos, essas pessoas de mercado são investidores e eles falam o que estão buscando, porque não investiriam na Huddle para a gente entender quais são os nossos gaps e, em alguns casos, essas pessoas acabam se interessando, entram em um pipeline de investidor nosso e a gente mantém o relacionamento. A dica que eu posso dar é que você ou algum sócio, caso não seja possível que os dois façam juntos, tem que ter esse papel de abrir portas, de se conectar com essas pessoas”.

Bootstrapping

O bootstrapping (que em português sairia como “calçar as próprias botas”) é uma opção para quem tem dificuldades (ou simplesmente prefere) para conseguir um investimento externo. Porém, é aquele que exige maior disciplina por parte do empreendedor. Até porque aqui estamos falando de capital próprio, do seu dinheiro ou das coisas que você abriu mão, como no caso do Fernando.

"Em 2013 eu saí da KPMG e fundei, junto com meu sócio, a Repense Coaching, que foi quando usamos a nossa rescisão. Na hora que resolvemos mudar o modelo e focar em tecnologia e no desenvolvimento do game, entrou o dinheiro da venda do meu apartamento para surgir a Repense Game. Aí depois que eu saí da Matchbox para criarmos a Huddle, entrou o dinheiro da venda de um carro, que ajudou a gente a se segurar nos primeiros meses".

Usar apenas o seu dinheiro para fazer a empresa crescer tem suas vantagens, como ter um total controle sobre os gastos e não comprometer seu caixa com juros ou dívidas, criar sua própria cultura e crescer no seu próprio ritmo.

“Deu um frio na barriga lascado. Eu abri mão de viagens com amigos que estavam financeiramente estabilizados. Mas, graças a Deus, eu moro com meus pais, não tenho filhos, então eu não precisava daquela rescisão nem do apartamento que eu tinha e isso me permitiu colocar tudo num sonho. Você precisa estar muito convicto, acreditar muito num propósito seu que não está 100% claro, que é construído na jornada", relembra Fernando.

Capital Semente

Este é um modelo recomendado para empresas que estão em seu estágio zero, numa fase de planejamento ou concepção. Ao contrário da aceleradora, em que se exige que a empresa já exista ativamente, o capital semente (ou seed money) surge para que o negócio se sustente enquanto é elaborada a pesquisa de mercado e o plano de negócio. Porém, esta é uma das opções mais arriscadas para os investidores, até porque não há uma garantia de que sua empresa gerará receita ou até mesmo se ela sairá do papel.

Equity Crowdfunding

O financiamento coletivo (crowdfunding) já é bem popular no meio cultural para desenvolver livros, eventos, jogos e etc. A ideia da “vaquinha online” é conceder prêmios àqueles que investiram no projeto, porém, se sua ideia não bater a meta dentro do prazo, o sistema devolverá o valor alcançado aos doadores.

Essa ideia também existe para startups, mas de uma forma um pouco diferente. Trata-se do equity crowdfunding. Enquanto no financiamento coletivo você apoia um projeto, no equity crowfunding você pode investir numa startup, tornar-se um sócio dela e adquirir uma parte do negócio conforme o valor colocado.

FFF

Family, Friends and Fools. A ideia deste investimento é tão simples quanto a do bootstrapping e representa buscar investimento entre pessoas próximas que podem acreditar no seu projeto: família, amigos ou conhecidos próximos (deve haver alguma ironia no termo em usar a palavra “fools”, que em português significa tolos).

Obviamente, esta não é uma forma de se arrecadar todo o investimento para a empresa, mas pode ser um importante auxílio na hora de cobrir certos custos que podem surgir.

Financiamentos bancários

Tão tradicional quanto guardar dinheiro ou pedir para parente, o financiamento em bancos também é uma opção para quem está abrindo uma empresa. Assim como num empréstimo pessoal, esta é uma modalidade que exige muita atenção e cuidado, principalmente com a quantidade de parcelas e a taxa de juros. Até porque, caso algo dê errado com a empresa, será a sua pessoa física que precisará se virar com as dívidas.

Enquanto não busca por um investidor, esta foi a forma encontrada por Fernando Bueno para equilibrar o caixa da Huddle: “Hoje a gente tem receita que nos segurar, mas e em momentos de escassez de caixa recorremos ao crédito bancário, que é um pouco caro, mas ajuda a gente a se manter financeiramente. Temos despesas todos os meses, mas às vezes o cliente vai pagar em 90 ou 120 dias e essa diferença de caixa faz a gente recorrer aos bancos privados”.

Incubadoras

Outro modelo disponível, que por muitas vezes acaba sendo confundido com a aceleradora, é o da incubadora de startup. Enquanto a aceleradora toma suas decisões por uma questão muito mais mercadológica, a incubadora, geralmente ligada a governos ou empresas, pauta suas escolhas de investimento em necessidades.

Isso exige da empresa um plano de negócios muito mais estruturado e adequado àquilo que o investidor estiver buscando. Os serviços oferecidos são mais tradicionais que o da aceleradora, que, por sua vez, visa ações mais agressivas.

Private Equity

O Private Equity também é parecido com outros modelos aqui apresentados, como o crowdfunding e o investidor anjo. A diferença é quem investe. Neste caso, uma empresa. Ela também adquire uma parte da empresa e tirará seu lucro na venda da sua participação após o crescimento da companhia.

O grande forte do private equity é a consultoria de negócios, ajudando a empresa a profissionalizar a gestão para encarar o mercado da melhor forma possível. Porém, diferentemente da aceleradora, este modelo é recomendado para negócios que já estejam num porte médio e que possuam boa capacidade de crescimento.

Venture Capital

Funcionando como uma mescla do investidor anjo com o private equity, a ideia do Venture Capital é que fundos de investimentos coloquem recursos em negócios que já estejam num nível médio e com grande expectativa de crescimento e rentabilidade. E assim como nos modelos citados, o Venture Capital também assume uma parcela do negócio.

O diferencial dos fundos Venture Capital é que podem tomar mais risco em comparação aos outros, investindo em negócios com modelos de negócios inovadores e até revolucionários. Foi assim que empresas como Nubank e 99 conseguiram chegar ao patamar de unicórnios em menos de 10 anos!

A dica que Fernando Bueno deixa para quem já tem um negócio estabilizado e deseja buscar um investimento, em qualquer um dos modelos citados acima, é simples, mas nem sempre lembrado pelas empresas: não buscar ajuda num momento de dificuldade financeira.

“Ir nessa busca por investidor já esganado e precisando de dinheiro para se manter e sobreviver é um caminho que pode ser um pouco mais difícil porque você está batendo na porta do cara quando você está precisando de dinheiro. Aí pode sair barato, porque ele vai te esganar no seu valuation ou você simplesmente não vai ter sucesso nessa tentativa de captação. A gente tem tentado ao máximo manter a empresa saudável financeiramente, mesmo que não esteja lucrando, mas se mantendo com vendas e olhando para o dinheiro como um salto para um próximo passo”.

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